Cotações da soja em Chicago continuam firmes após divulgação do relatório do USDA

Contratos mais distantes de grãos ultrapassam os US$ 12,00 por bushel, atingindo níveis que não eram vistos há meses

Cotações da soja em Chicago continuam firmes após divulgação do relatório do USDA

As cotações da soja em Chicago permanecem estáveis, mantendo-se firmes mesmo após o recente relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado em 8 de março, que não trouxe grandes surpresas. Os contratos mais distantes voltaram a ultrapassar os US$ 12,00 por bushel, um patamar que não era observado há alguns meses. O fechamento desta quinta-feira (14) foi de US$ 11,80 por bushel, comparado com US$ 11,57 uma semana antes.

Conforme a análise de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), o mês de maio, agora sendo o primeiro mês cotado a partir de 15 de março, encerrou em US$ 11,95, consolidando essa nova realidade do mercado da soja em Chicago. O relatório do USDA manteve a produção e os estoques finais dos EUA para 2023/24 nos mesmos níveis anunciados em fevereiro. Houve uma pequena redução na produção e nos estoques mundiais, com a produção global estimada em 396,8 milhões de toneladas e os estoques em 114,3 milhões de toneladas. A produção brasileira da safra atual foi reduzida em um milhão de toneladas, permanecendo em 155 milhões de toneladas, ainda acima das estimativas de analistas privados e públicos. As estimativas para a produção da Argentina e do Paraguai foram mantidas em 50 milhões e 10,3 milhões de toneladas, respectivamente. No entanto, uma surpresa surgiu da revisão para cima nas importações de soja pela China, agora estimadas em 105 milhões de toneladas, um aumento de 3 milhões em relação à estimativa de fevereiro. O preço médio a ser pago aos produtores de soja dos EUA continuou em US$ 12,65 por bushel para o atual ano comercial.

Na prática, o mercado está antecipando os dois relatórios mais importantes que serão divulgados em 28 de março. É provável que, se a intenção de plantio confirmar um aumento na área a ser semeada com soja e os estoques trimestrais (posição em 1º de março) estiverem dentro do esperado, as cotações poderão recuar em abril. Especialmente porque a colheita sul-americana estará em pleno andamento, ainda estimada em torno de 222 milhões de toneladas pelo USDA. No entanto, é crucial destacar que essa produção pode ser revisada para baixo, alcançando cerca de 200 milhões de toneladas, devido às condições climáticas adversas nas regiões produtoras, um fator que não está sendo adequadamente considerado.

De acordo com dados da CEEMA, na semana encerrada em 7 de março, as exportações estadunidenses de soja totalizaram 706.334 toneladas, ficando próximas do limite inferior esperado pelo mercado. No total do ano comercial até o momento, os EUA exportaram 35 milhões de toneladas, um volume 19% menor do que o vendido no mesmo período do ano anterior.