Diante da incerteza, persistem questionamentos sobre a agilidade da EPA em reagir rapidamente
Em 6 de fevereiro, um tribunal federal no Arizona anulou a autorização da EPA para produtos de dicamba em 2020, como XtendiMax (Bayer), Engenia (BASF) e Tavium (Syngenta), destinados ao uso over-the-top (OTT) em soja ou algodão. Com isso, fica estabelecido que, na safra de 2024, esses produtos não poderão ser utilizados em aplicações OTT até que a EPA reavalie a situação.
O tribunal argumentou que a EPA violou a Lei Federal de Inseticidas, Fungicidas e Rodenticidas (FIFRA) ao renovar a autorização do dicamba em 2020, destacando os graves erros da agência, incluindo a falta de avaliação dos riscos e custos para não usuários desses herbicidas. Esta é a segunda vez que a aprovação do dicamba pela EPA é derrubada pelo judiciário. Em junho de 2020, o Tribunal de Apelações do Nono Circuito dos EUA anulou a autorização original do herbicida. No final de outubro de 2020, a EPA conseguiu restabelecer a autorização do dicamba com sucesso.
Existe incerteza quanto à capacidade da EPA de reautorizar rapidamente o uso do dicamba em aplicações OTT na safra de 2024. Larry Steckel, especialista em ciências de ervas daninhas da Universidade do Tennessee, declara: "Ainda não sabemos a resposta". Em 2020, a EPA permitiu que os agricultores utilizassem o estoque existente, mas não houve autorização para novas compras ou vendas. A forma como essa decisão será implementada ainda não foi esclarecida, e será necessário aguardar para ver como a EPA planeja lidar com a situação desta vez.
Para os produtores que tinham planos de utilizar dicamba nesta safra, Bill Johnson, especialista em ciências de ervas daninhas da Purdue University, aconselha: "Se eu fosse um produtor que já adquiriu os três produtos de dicamba, eu estaria em contato com o varejista e pensaria em alternativas, caso não pudesse usar o que já comprou".