Estamos presenciando a formação de novos hábitos, a ressurreição de antigos e a transformação daqueles com baixa penetração de mercado. A chegada da geração Z ao setor agrícola, juntamente com os avanços científicos e a rápida evolução das redes sociais, está promovendo mudanças profundas nos valores e no comportamento de consumo.

A Geração Z, que sucede a Geração Y, está impactando áreas como marketing, entretenimento e política, evidenciando um movimento em direção a rupturas e transformações aceleradas nas próximas décadas. Essas mudanças refletem a rapidez das inovações e das novas mentalidades, destacando a importância da adaptação no mercado.

Décio Luiz Gazzoni, Engenheiro Agrônomo e pesquisador da Embrapa Soja, destaca que a pandemia não alterou a agenda das transformações, apenas antecipou metas e acontecimentos. Os integrantes da Geração Z baseiam suas escolhas de consumo em questões como saúde, ambiente, qualidade e transparência, demonstrando consciência em suas decisões e receptividade às inovações no campo, sem descartar os valores já estabelecidos.

Em contraste com as gerações anteriores, a Geração Z apresenta uma variedade de perspectivas sobre a agricultura. Embora muitos não queiram permanecer nas propriedades familiares, há interesse em seguir carreiras agrícolas, aproveitando as oportunidades e tecnologias disponíveis no setor. Esses jovens são pragmáticos, focados e demonstram preferência por bioinsumos, como biopesticidas, em vez de marcas tradicionais.

Fica claro que as mudanças decorrentes da interação entre inovação rápida e comunicação veloz serão significativas nesta década. A preocupação com a sustentabilidade, governança e transparência, em especial em relação à segurança alimentar e proteção ambiental, continuará sendo um tema central na agenda do setor agrícola. É essencial que as empresas do ramo captem esses sinais e os internalizem, levando tais preocupações até os agricultores, pois, afinal, o consumidor sempre estará certo.