Empresas do agronegócio monitoram impactos ambientais

A falta de monitoramento estatal na divulgação de dados sobre a produção de soja no Brasil.

Empresas do agronegócio monitoram impactos ambientais

Grandes empresas de produtos de soja desempenham um papel significativo na criação de normas socioambientais em suas cadeias produtivas, segundo um relatório do Grupo de Pesquisa em Sociologia das Práticas Alimentares (SOPAS) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), contribuindo para aprimorar a fiscalização estatal. A análise destaca a carência de monitoramento governamental na produção de soja no Brasil, com falta de definição de processos produtivos sustentáveis nos relatórios das empresas, o que resulta em lacunas no rastreamento da produção. A pesquisa baseia-se em dados públicos de sustentabilidade, relatórios de desempenho e entrevistas realizadas entre abril e junho de 2023 com representantes do setor e organizações ambientalistas. O estudo buscou compreender a governança na cadeia produtiva da soja no Brasil, salientando que a ausência de padronização dificulta a obtenção de informações sobre desmatamento, trabalho escravo, uso de agrotóxicos e invasões de terras indígenas. Marília Luz David, professora do departamento de Sociologia da UFRGS e autora do estudo, destaca a importância de uma maior participação do Estado na regulamentação e padronização dos métodos de rastreamento e relatório da produção de soja, além da necessidade de coordenação de compromissos internacionais com os principais compradores do produto brasileiro, como a China.