Armazenamento do nitrato de amônio no Brasil: cuidados essenciais a serem seguidos

Substância presente em plantações de café e soja no Brasil

Armazenamento do nitrato de amônio no Brasil: cuidados essenciais a serem seguidos

O Nitrato de amônio, amplamente utilizado como fertilizante em diversas culturas, revela um alto potencial explosivo muitas vezes negligenciado. A substância, comum em plantações de café e soja no Brasil, possui histórico global de acidentes quando exposta a pressão ou calor, o que pode representar um perigo invisível em grandes empresas dos setores industriais e do agronegócio devido à falta de legislação específica no país sobre o armazenamento desse produto. No entanto, soluções estruturais podem minimizar os riscos, e especialistas alertam para a importância de atenção e cuidados no manejo desse composto.

"Há desconhecimento do perigo dessa substância", comenta Felipe Capucci, Gerente de Projetos da Gerolin Engenharia. Segundo ele, o Nitrato de amônio entra em decomposição rapidamente quando aquecido, liberando Nitrogênio, oxigênio e água, resultando em uma onda de choque. Por isso, é essencial implementar medidas preventivas desde a fase inicial de projetos de fábricas e armazéns.

Um exemplo marcante de consequências devastadoras relacionadas ao nitrato de amônio ocorreu em 2020 em Beirute. Uma megaexplosão na zona portuária seguida por um incêndio em um armazém com mais de duas mil toneladas do composto sem medidas de segurança adequadas destacou a importância global de adotar práticas seguras no seu armazenamento.

O Brasil, segundo Capucci, carece de legislação específica sobre o armazenamento de nitrato de amônio. Embora muitos projetos de engenharia sigam normativas do Corpo de Bombeiros, é recomendável adotar medidas adicionais, como isolar parte do material químico e implementar técnicas de resfriamento em caso de aquecimento.

"A melhor forma de prevenir acidentes é aprimorar os projetos de engenharia, pensando em estruturas que não comprimam o material e estabelecendo formas de combater incêndios", destaca o especialista. Mesmo diante da falta de regulamentação específica, normas internacionais, como a NFPA 400, podem servir de referência para estabelecer requisitos mínimos de segurança.