Inteligência artificial analisa impacto das mudanças climáticas no Brasil

Investiga padrões climáticos na região costeira do Brasil.

Inteligência artificial analisa impacto das mudanças climáticas no Brasil

Um estudo realizado pelo centro de pesquisa privado Lactec utilizou a Inteligência Artificial para estudar as mudanças climáticas na Região Metropolitana de São Paulo. Foi observado que a média de chuvas na região deverá diminuir entre 7,5% e 8,2% a partir de 2024 em relação ao período de 1980 a 2014, embora eventos extremos de chuvas intensas em um curto período ainda possam ocorrer.

O estudo faz parte de uma análise de 115 bacias hidrográficas associadas às usinas hidrelétricas do Sistema Interligado Nacional, visando compreender os impactos das mudanças climáticas. O pesquisador João Paulo Jankowski Saboia, responsável pela pesquisa, ressalta que essa pesquisa pode auxiliar as concessionárias de energia a entender como as mudanças climáticas podem impactar o sistema elétrico nacional.

A pesquisa em São Paulo focou na bacia da Usina Hidrelétrica Edgard de Souza no rio Tietê, em Santana do Parnaíba, em uma escala mensal. Utilizou projeções climáticas baseadas nos cenários do Projeto CMIP, considerando mais de 70 modelos climáticos, trajetórias socioeconômicas e emissões de gases do efeito estufa. Empregando técnicas de Inteligência Artificial, principalmente de Machine Learning, para compreender eventos climáticos extremos, incluindo fatores naturais e antrópicos como El Niño, La Niña, alterações no uso do solo e construções de reservatórios, possibilitando projeções mais precisas sobre as mudanças climáticas futuras.

O estudo utilizou o modelo Weather Research and Forecasting (WRF) para detalhar e calcular regionalmente a série mensal de acumulação de chuva na área da bacia da UHE Edgard de Souza. Esse método é comum em estudos climáticos para aprimorar os resultados. Foram feitas simulações de 1980 a 2060, validando os modelos até 2014 e avaliando os cenários de projeção de 2015 a 2023. Os resultados compararam os dados reais do período histórico com a série de precipitação mensal produzida pelo modelo, avaliando a capacidade dos modelos do CMIP6 em simular a chuva observada.