Falta de regulamentação de adjuvantes por órgãos oficiais
O pesquisador Hamilton Ramos, em parceria com o Centro de Engenharia e Automação (CEA) do Instituto Agronômico (IAC), coordena o programa 'Adjuvantes da Pulverização' com o objetivo de promover a qualidade dos adjuvantes agrícolas. Cerca de 50 empresas participam em busca do Selo IAC, que certifica a funcionalidade desses produtos. Diferentemente dos agroquímicos, o setor de adjuvantes não está sujeito à regulamentação de órgãos oficiais, o que pode levar à circulação de produtos de baixa qualidade.
Os adjuvantes são substâncias químicas adicionadas à calda de agrotóxicos durante a aplicação, conferindo propriedades essenciais para a eficácia dos tratamentos nas lavouras. A falta de regulamentação abre espaço para a circulação de adjuvantes de má qualidade, por isso as empresas sérias buscam mecanismos para garantir a qualidade de seus produtos. Adjuvantes de qualidade promovem a produtividade, enquanto produtos de baixa qualidade resultam em prejuízos.
O diretor do CEA-IAC, Hamilton Ramos, destaca a importância dos adjuvantes agrícolas na eficácia dos tratamentos e ressalta que mais de 100 produtos estão sendo reavaliados para renovar sua certificação de funcionalidade. O laboratório do CEA-IAC em Jundiaí, São Paulo, realiza testes para verificar as especificações dos produtos indicadas nos rótulos.
Ramos enfatiza que o Selo de Funcionalidade confere reputação de qualidade aos produtos aprovados. Ele ressalta que, ao ser associado a defensivos agrícolas de alta tecnologia, a utilização de um adjuvante de má qualidade implica em perdas significativas para o produtor, que precisa fazer altos investimentos nos tratamentos contra pragas, doenças e plantas daninhas durante a safra.