Logística no Rio Grande do Sul: uma situação crítica

Bloqueio na BR-386, entre Lajeado e Soledade, gera impactos no trânsito

Logística no Rio Grande do Sul: uma situação crítica

As intensas chuvas no Rio Grande do Sul estão ocasionando graves problemas no transporte de mercadorias. Com diversas rodovias federais interditadas e restrições de tráfego nas estradas estaduais, os transportadores estão enfrentando sérias dificuldades. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Rio Grande do Sul (SETCERGS), Sérgio Mário Gabardo, ressalta os desafios enfrentados pelos transportadores e produtores rurais devido às enchentes e estiagens frequentes.

"Estamos lidando com enchentes repetitivas, seguidas por períodos de estiagem em um único ano. Como podemos lidar com essa situação? As mercadorias paradas, os caminhões parados - toda a responsabilidade de cumprir os compromissos assumidos recai diretamente sobre os transportadores. Estamos passando por um momento de extrema dificuldade para os transportadores e para nossos clientes embarcadores, especialmente os produtores rurais", declara.

Uma parte substancial da BR-386, entre Lajeado e Soledade, com extensão de 93 quilômetros, encontra-se totalmente bloqueada para o tráfego. Eduardo Luiz Richter, diretor do SETCERGS, descreve a situação como caótica, com inundações transformando as ruas em Lajeado. A população está buscando mantimentos em postos de combustível e supermercados, os quais estão enfrentando escassez.

Além disso, as cidades vizinhas estão isoladas e enfrentando sérios problemas devido às inundações. Richter destaca a urgência de ação por parte das autoridades locais, incluindo a utilização de helicópteros para salvar pessoas em áreas alagadas. As empresas locais estão mobilizando recursos e prestando apoio logístico para fornecer alimentos e suprimentos às áreas afetadas.

Nas regiões de Agudo, Santa Maria e na área adjacente da 4ª Colônia, como Candelária e Caxias do Sul, as estradas estão bloqueadas pelas fortes chuvas. Isso resultou no isolamento terrestre, impossibilitando a comunicação entre cidades vizinhas, como Agudo e Dona Francisca. Até mesmo áreas rurais estão isoladas, o que torna complicado o acesso às famílias que residem em locais mais altos, como nas encostas dos morros. Algumas pessoas estão recorrendo a motocicletas off-road como alternativa para se comunicar e ter acesso às áreas afetadas.