Impacto das quebras de safras e extremos climáticos nas regiões Sul e Centro-Oeste reflete em aumento de pagamentos de indenizações no primeiro bimestre
Segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), as seguradoras já desembolsaram R$ 997,7 milhões em indenizações aos produtores rurais neste ano, devido principalmente a quebras de safras de grãos e extremos climáticos, em especial no Sul e no Centro-Oeste.
No primeiro bimestre, os pagamentos de indenizações aumentaram 19,1%, enquanto a receita das seguradoras teve uma queda de 27,4%, totalizando R$ 808 milhões. Isso resultou em um valor 23,5% superior ao faturamento das empresas.
As entidades afirmam que a baixa distribuição de recursos para o Programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR) influenciou no resultado. Para este ano, o orçamento destinado à subvenção é de R$ 947 milhões, um aumento de R$ 14 milhões em relação a 2023.
Entre outubro de 2023 e fevereiro deste ano, a arrecadação das seguradoras diminuiu 29,1% comparado ao mesmo período entre 2022 e 2023. Em dezembro, as empresas do setor tiveram uma receita de R$ 63,6 milhões, o menor valor mensal desde dezembro de 2020, e pagaram R$ 375,8 milhões em indenizações. Antes da tragédia no Rio Grande do Sul, a CNseg previa um crescimento de 10% na receita do seguro rural este ano.
Segundo o presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg, Joaquim Neto, a segurança no campo dependerá da quantidade de recursos que o governo disponibilizar para o PSR. Ele ressaltou que qualquer bloqueio, cancelamento, congelamento ou contingenciamento de recursos públicos pode comprometer o avanço do mercado.