Segundo o Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (Ibrafe), a dificuldade em compreender os rumos dos preços do feijão-carioca no Brasil está relacionada a dois principais fatores. O primeiro é o cultivo em silêncio, que tem gerado um aumento não planejado na oferta, podendo resultar em um volume maior do que o esperado inicialmente. Esse comportamento, motivado pelos preços elevados, torna mais difícil a previsão das dinâmicas do mercado.

O segundo fator crítico é a presença de feijões manchados e danificados. Contrariamente ao esperado, a qualidade intrínseca do feijão não tem sido o único fator determinante em seus preços. A aparência tem impacto decisivo na formação de valores, com feijões considerados inferiores esteticamente enfrentando desvalorização, o que complica a definição dos preços de forma justa e prejudica as referências de mercado.

A interação desses fatores aponta para uma tendência de queda nos preços do feijão-carioca. O aumento inesperado na oferta, aliado à desvalorização de feijões com aparência ruim, cria um cenário favorável à redução nos valores praticados. No entanto, a incerteza persiste devido à falta de informações sobre o volume de feijão armazenado nas propriedades, o que torna difícil prever a estabilidade do mercado.

Conforme destacado pelo Ibrafe, "Esconder o jogo acaba sendo um tiro no pé. A dificuldade que temos no momento para entender os rumos dos preços do feijão-carioca está presa a dois fatores, pelo menos. O primeiro é que, com os preços super elevados dos feijões, muita gente plantou em silêncio para aproveitar. Isso faz com que o volume ofertado possa ser maior do que inicialmente previsto. O segundo fator são os feijões manchados e danificados. Nem sempre o preço daquele feijão caiu”, conclui.