A versatilidade do feijão: ingredientes essenciais em pratos tradicionais
O feijão, componente essencial da culinária brasileira, está presente em pratos tradicionais como a feijoada e o feijão com arroz. Com diversos tipos cultivados e consumidos em todo o país, o feijão carioca é o favorito, representando 66% do consumo nacional. Apesar do nome, essa variedade tem suas origens no estado de São Paulo, mais especificamente em Palmital, conforme informações da Secretaria de Agricultura de São Paulo.
No ano de 1970, um produtor encontrou, em meio a uma plantação de feijão, um grão com aparência diferente e notavelmente mais produtivo, provavelmente resultado de uma mutação genética. Chamado de "carioca" devido às suas listras semelhantes às de um porco da raça carioca, esse achado foi fundamental para o avanço na agricultura regional. Em seguida, o agricultor procurou o Instituto Agronômico (IAC-Apta), que se dedicou a aprimorar essa variedade, que se tornou um ingrediente comum nos pratos típicos de São Paulo.
Desde a década de 1970 até os dias atuais, o Instituto Agronômico (IAC-Apta) desenvolveu 58 novas variedades de feijão, incluindo não apenas o tipo carioca, mas também feijão preto, rajado, vermelho, entre outros, que são comercializados tanto interna como externamente. Atualmente, o programa de melhoramento genético do IAC-Apta possui contratos de licenciamento de sementes com 17 empresas produtoras em todo o Brasil.
Apesar de ocupar a sexta posição na produção nacional de feijão, São Paulo se destaca pela alta produtividade média por área, alcançando 2.100 quilos por hectare, graças às tecnologias empregadas pelos institutos de pesquisa. Todos os anos, são cultivados cerca de 100 mil hectares em São Paulo, cobrindo as três principais safras: água, seca e inverno.
De 1974 a 2020, a produtividade média aumentou de 400 quilos por hectare para 1.130 quilos por hectare, devido aos avanços tecnológicos. No mesmo período, a área cultivada com feijão no Brasil diminuiu de 4,5 milhões de hectares para 2,7 milhões, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2021.