O aumento da área não assegura maior oferta
O respeitado especialista em meteorologia da Climaterra, Ronaldo Coutinho, alerta que o ano de 2024 pode marcar um capítulo importante na história da produção de feijão devido às projeções meteorológicas indicando a possibilidade de um dos fenômenos La Niña mais intensos dos últimos 70 anos. Este La Niña tem como peculiaridade uma previsão de inverno mais prolongado e precoce na região Sul do planeta.
O Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe) destaca que, a partir de agora, as incertezas começam a se acumular para quem está envolvido na colheita de feijão. Mesmo considerando os atuais níveis de produção historicamente ótimos, a probabilidade de armazenar grandes quantidades de feijão é remota.
Além disso, a imprevisibilidade do clima, juntamente com a possibilidade de ocorrência de geadas ou estresse hídrico, trazem desafios adicionais para os produtores. Caso ocorram eventos climáticos adversos, como geadas, esses impactos se somam a outras questões, como a perda de produtividade e, em situações extremas, a perda de lavouras para pragas como a mosca branca.
É crucial ressaltar que, mesmo com a expansão da área plantada, não é garantido que haverá um aumento significativo no volume de feijão disponível nas gôndolas. A relação entre a área plantada e a produção efetiva é complexa, influenciada por diversos fatores, desde condições climáticas até práticas de manejo e uso de tecnologia.