Maximizando a eficácia do programa de manejo da Helicoverpa através da integração de múltiplos recursos
Os ataques da Helicoverpa às biotecnologias de última geração estão se tornando cada vez mais frequentes, conforme aponta uma circular recentemente divulgada pelo IMA (Instituto Mato-Grossense do Algodão). A presença desse problema já foi detectada em áreas da Bahia, levando a entidade a emitir um "Alerta de monitoramento em lavouras de algodão VIP", assinado pelos pesquisadores Jacob Crosariol Netto, Guilherme Gomes Rolim, Rogério Inoue e Eduardo Moreira de Barros.
No referido documento, o IMA destaca que a Helicoverpa possui alta capacidade reprodutiva e preferência por botões florais e maçãs de algodoeiro. Além disso, a circular apresenta medidas recomendadas para reduzir os danos causados pela lagarta às biotecnologias, como o monitoramento contínuo das plantações, a aplicação de inseticidas seletivos aos inimigos naturais e o uso de armadilhas para capturar mariposas. Essas armadilhas podem ser de base alimentar ou conter atrativos específicos.
O biólogo e entomologista do IMA, Jacob Crosariol Netto, ressalta a importância do monitoramento eficaz das plantações. Ele enfatiza que, ao identificar a presença da praga, é necessário combinar diferentes ferramentas de controle, como inseticidas químicos e biológicos, juntamente com o uso de armadilhas para mariposas. Quanto mais recursos o produtor integrar, maiores serão as chances de sucesso no manejo da Helicoverpa.
O uso de armadilhas é essencial no processo de monitoramento, segundo Crosariol Netto, pois as mariposas são mais ativas durante a noite. No Mato Grosso, é possível capturar até trinta mariposas em uma única armadilha de um dia para o outro. Essa captura representativa sinaliza a presença de ovos da Helicoverpa no plantio de algodão.
O Instituto Mato-Grossense do Algodão, fundado em 2007, mantém seis Centros de Pesquisa em Mato Grosso. O IMA tem um foco na pesquisa, desenvolvimento e tecnologia, atendendo às demandas dos produtores locais. Um dos principais investimentos da entidade é o Programa de Melhoramento Genético de Algodão, que visa desenvolver variedades mais produtivas e de melhor qualidade de fibra.
Em relação ao controle da Helicoverpa, a empresa AgBiTech, de origem australo-americana, introduziu no Brasil o atrativo para mariposas chamado Chamariz. Esse produto, fácil de aplicar e que pode ser implementado por via terrestre, aérea ou utilizando drones, é uma mistura de extratos alimentares à base de plantas desenvolvida para atrair e controlar mariposas das principais pragas da ordem Lepidoptera.
Marcelo Lima, gerente técnico da AgBiTech, destaca a segurança e eficácia desse recurso, que é seletivo aos insetos. Ele menciona que o Chamariz já é amplamente adotado na Austrália, sendo capaz de atrair e controlar as mariposas da Helicoverpa de maneira eficiente. O produto impede o desenvolvimento da praga e interrompe sua infestação.
No contexto do algodoeiro brasileiro, o atrativo da AgBiTech demonstrou compatibilidade significativa com as práticas de manejo integrado de pragas e de resistência das lagartas aos inseticidas químicos e biotecnologias.