América Latina no foco de "conflito"

O potencial econômico da América Latina: mercado amplo e recursos energéticos e minerais.

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Recentemente, autoridades do governo dos Estados Unidos têm ressaltado a importância de aumentar o foco na América Latina, devido principalmente à presença em expansão da China na região. Enquanto isso, a China, conhecida por suas grandes obras de infraestrutura, está fortalecendo suas parcerias, inclusive na indústria de veículos elétricos, por meio de um movimento chamado "nova-infraestrutura".

De acordo com Christopher Garman, diretor executivo responsável pelas Américas na Eurasia, e Julia Thomson, pesquisadora da mesma consultoria, "a América Latina representa um vasto mercado, além de possuir uma grande quantidade de recursos de energia e minerais. Enquanto os Estados Unidos diminuíram seu envolvimento na região ao longo da última década, a China aumentou sua presença, fortalecendo laços comerciais e realizando investimentos em infraestrutura". Eles destacam que alguns países, como o México, se beneficiam mais dessa situação devido à proximidade com os Estados Unidos.

Atualmente, está em tramitação no Congresso dos Estados Unidos a Lei de Investimento Comercial dos EUA, que visa aumentar o nearshoring na América Latina por meio de um investimento de 14 bilhões de dólares e um plano de redução de impostos. A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, mencionou a possibilidade de o Brasil participar dos investimentos americanos em semicondutores. No entanto, o ex-embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru, expressa dúvidas sobre a capacidade dos EUA de competir com os investimentos chineses na região, enfatizando a diferença entre as empresas estatais chinesas e o capital privado americano.

A China está expandindo seus planos de investimento, especialmente na área de "nova infraestrutura", abrangendo setores como fabricação de veículos elétricos, telecomunicações, energia renovável e linhas de transmissão de ultra-alta tensão. As fabricantes chinesas BYD e GWM anunciaram diversos projetos na América Latina, com destaque para o Brasil, incluindo a produção de baterias na Zona Franca de Manaus.