Feijão-carioca: O excesso de confiança surpreende mais uma vez
Na semana passada, o mercado brasileiro de feijão passou por turbulências devido à insegurança gerada pelos poucos lotes colhidos e vendidos a preços entre R$ 300 e R$ 320 no feijão-preto. Isso fez com que os empacotadores, apesar de terem estoques limitados, recuassem ainda mais. No entanto, é importante salientar que esta queda não reflete a realidade da colheita, prevista para abril, o que gera expectativas de mudanças nos preços.
No que diz respeito ao feijão-carioca, a situação surpreende novamente devido à confiança excessiva de muitos produtores. Eles perderam a oportunidade de vender por preços mais altos praticados poucos dias atrás, antes da colheita dos feijões manchados de Minas Gerais. Isso evidencia a importância da antecipação e estratégia de venda por parte dos produtores, que podem ser impactados por decisões externas.
Quanto à segunda safra, o destaque vai para os números divulgados recentemente pela CONAB. A Câmara Setorial do Feijão alertou, por meio de ofício, que focar apenas nos dados sobre feijões cores, preto e caupi, não representa a realidade do mercado. No entanto, a CONAB parece ignorar essa informação, o que gera ainda mais incerteza no setor.
É fundamental que as autoridades e entidades responsáveis pelo monitoramento e regulação do mercado de feijão estejam atentas às particularidades de cada safra e tipo de feijão. A variedade de fatores que afetam o mercado, como condições climáticas, estratégias de plantio e colheita, e demanda do consumidor, demanda uma abordagem mais abrangente para assegurar a estabilidade e transparência do setor.