O mercado de créditos de carbono está previsto para crescer significativamente nos próximos anos, com a consultoria McKinsey prevendo um aumento de 15 vezes na demanda até 2030 devido às ações das organizações em relação às mudanças climáticas. Países desenvolvidos já têm regulamentações que obrigam grandes poluidores a reduzir ou compensar emissões, o que impulsiona a busca por créditos de carbono de alta qualidade.

Esses créditos são certificações emitidas por organizações, evidenciando a contribuição de projetos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Contudo, a principal certificadora global enfrenta questionamentos sobre a qualidade de alguns ativos em seus projetos. O CEO da certificadora Tero Carbon, Francisco Higuchi, doutor em Ecologia e Manejo de Florestas Tropicais, destaca a importância de garantir que os projetos entreguem o que foi prometido, contribuindo efetivamente para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Ele enfatiza a necessidade de verificação não apenas dos valores, mas também das incertezas, para garantir transparência e confiabilidade.

Higuchi ressalta que a subjetividade de muitas metodologias existentes permite interpretações diversas, tornando essencial simplificar o processo e ser claro quanto às exigências mínimas. Ele destaca que é fundamental considerar o impacto não apenas ambiental, mas também social dos projetos, evitando que infrinjam os direitos humanos ou afetem negativamente as comunidades tradicionais. Para ele, o ser humano é quem dá significado à nossa sociedade e forma de vida, tornando imprescindível que os projetos sejam consistentes do ponto de vista ambiental e social.