Custo da matéria prima não baixou, analisando pelo mercado.
Segundo a TF Agroeconômica, o que está acontecendo no mercado de trigo, farinhas e subprodutos é mais significativo do que aparenta. Após o Carnaval e o retorno às aulas, há uma retração acima do padrão em toda a cadeia de produção. Os fabricantes de massas e biscoitos enfrentam produtos encalhados, com demanda baixa, solicitando aos moinhos que reduzam, reprogramem ou até cancelem compras de farinha.
Biscoitos, massas, bolos e salgadinhos são considerados supérfluos pelas famílias brasileiras. Seu consumo aumenta em períodos prósperos e diminui durante crises econômicas, refletindo na renda familiar. A queda generalizada no consumo desses produtos à base de trigo sugere uma redução na renda familiar, que se mostra também pelo aumento de impostos.
Em termos de mercado, o custo da matéria-prima não diminuiu, apesar da queda nos preços do trigo argentino, que chega aos moinhos mais caro do que o trigo nacional. Os dados do USDA divulgados recentemente foram ligeiramente altistas, indicando um possível aumento nos preços do trigo nacional e argentino durante o período de entressafra. Com isso, os custos de produção/industrialização tendem a aumentar, o que pode exigir a redução dos preços dos produtos para estimular as vendas.
Os compradores de farinha argumentam que não podem pagar mais, pois isso implicaria no aumento dos preços de seus produtos, impactando suas vendas. Essa situação reflete a atual conjuntura econômica, afetando tanto produtores quanto consumidores, em benefício do estado arrecadador. Assim, uma possível solução seria seguir o exemplo de um moinho que optou por reorganizar-se, reduzir o volume e continuar vendendo com margens reduzidas.