Cereais de inverno rumo à autossuficiência na alimentação animal: uma alternativa ao milho

Cereais como alternativa ao milho na alimentação de suínos e aves

Cereais de inverno rumo à autossuficiência na alimentação animal: uma alternativa ao milho

Diante do aumento contínuo dos custos do milho e do farelo de soja, essenciais na composição das rações para aves e suínos, produtores e especialistas do setor estão buscando alternativas viáveis para garantir a alimentação dos animais. Uma possibilidade promissora surge dos cereais de inverno, como trigo, aveia, centeio, cevada e triticale. Segundo pesquisas realizadas pela Embrapa Trigo (RS) e Embrapa Suínos e Aves (SC), esses cereais se mostram como opções viáveis para substituir o milho na elaboração de rações e concentrados destinados à alimentação de suínos e aves.

A demanda crescente por soluções sustentáveis e economicamente viáveis tem estimulado o interesse em explorar as propriedades nutricionais e a disponibilidade desses cereais, principalmente durante o inverno. Os cereais de inverno possuem características nutricionais e agronômicas atrativas para os produtores. Além de favorecer a diversificação das culturas, o uso desses cereais pode reduzir a dependência dos insumos tradicionais, promovendo maior autonomia e sustentabilidade na produção animal.

Everton Krabbe, chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, destaca a relevância do estudo realizado, ressaltando sua importância para a agenda de pesquisa e desenvolvimento. Os resultados obtidos indicam a possibilidade de substituir o milho na dieta dos suínos sem comprometer o peso dos animais, a conversão alimentar ou o rendimento de carne magra. A substituição total do milho pelo triticale, sem que haja perda de desempenho nos suínos, representa uma mudança significativa no cenário da produção de proteína animal, especialmente diante da crescente demanda por cereais no sul do Brasil e da necessidade de diversificação das fontes alimentares.

Krabbe também destaca o impacto positivo que essa descoberta pode ter na indústria de proteína animal, oferecendo uma segunda opção de cereais que podem ser cultivados no inverno. Essa perspectiva não apenas reduz a dependência do milho e do farelo de soja, mas também fornece uma alternativa local e sustentável para atender às demandas crescentes do setor.

A pesquisa realizada pelas instituições traz alternativas concretas e viáveis para os produtores lidarem com os desafios ligados aos custos dos insumos. A substituição do milho por cereais de inverno contribui não só para a redução dos custos de produção, mas também promove maior autossuficiência e diminui a necessidade de importação de cereais de longas distâncias.

Além disso, a transição para cereais de inverno pode trazer benefícios ambientais, aliviando a pressão sobre os recursos naturais e contribuindo para a sustentabilidade da produção animal a longo prazo. O estudo, que recebeu apoio e incentivo da Cotricampo, foi apresentado na ExpoAgro Cotricampo.