No Brasil, os valores do trigo permanecem estáveis. No Rio Grande do Sul, a média alcançou R$ 62,00 por saco, enquanto no Paraná os preços se mantiveram entre R$ 65,00 e R$ 66,00 por saco. O mercado nacional segue em ritmo lento, com os moinhos estocados a médio prazo, segundo informações da CEEMA. Desde o início do ano, o mercado brasileiro do trigo está enfraquecido, com apenas compras pontuais dos moinhos, operando de forma apertada. Essa situação deve perdurar até meados de abril, apesar de algumas regiões do país apresentarem leve recuperação nos preços.

De acordo com Safras & Mercado, no Paraná, o FOB interior chegou a R$ 1.280,00 por tonelada do trigo tipo 01 durante a semana, valor próximo à paridade de importação em relação à Argentina. No Rio Grande do Sul, os preços para o trigo com pelo menos 77 de PH oscilaram entre R$ 1.180,00 e R$ 1.200,00 por tonelada, equivalente a R$ 70,80 e R$ 72,00 por saco no FOB.

As exportações têm sido o principal apoio para a manutenção dos valores atuais. Até meados de março/24, os embarques pelos portos brasileiros atingiram 2,9 milhões de toneladas, um aumento de 112.000 toneladas em comparação aos números do período entre agosto/22 e março/23. O maior volume de exportações tem saído do porto de Rio Grande, com 2,2 milhões de toneladas (77% do total), seguido por Imbituba/SC com 415.000 toneladas (14%) e Paranaguá/Antonina/PR com 263.000 toneladas (9%).

Em janeiro, os Estados do Sul exportaram um total de 972.000 toneladas, e em fevereiro (até a metade do mês) o volume chegou a 848.000 toneladas, sendo 127.000 toneladas em março. A exportação constante de trigo de baixa qualidade, principalmente do Rio Grande do Sul que enfrentou uma safra frustrada no ano anterior, tem sido um fator relevante para esses números. Mesmo em safras normais, devido à pouca competitividade no mercado interno, o trigo gaúcho tem sido majoritariamente direcionado para o exterior nos últimos anos.