Estabilidade de preços marca início do mercado pecuário em 2024

Expectativas de queda nas compras de carne bovina pela China em 2024, segundo o USDA

Estabilidade de preços marca início do mercado pecuário em 2024

O mercado pecuário brasileiro começou o ano de maneira sólida, com os preços do gado e da carne se mantendo firmes, de acordo com a análise do Itaú BBA. Em janeiro de 2024, os preços do boi gordo em São Paulo permaneceram praticamente estáveis, girando em torno de R$ 250 por arroba, registrando um leve aumento de 0,3% em relação à média de dezembro de 2023. No entanto, houve uma queda nas margens projetadas para os confinamentos desde o início de dezembro, devido ao aumento dos preços do milho e à queda nos futuros do boi nos meses seguintes.

A análise do Itaú BBA também aponta que, no mercado interno, os preços das carcaças seguiram a mesma tendência do boi, mantendo-se estáveis em comparação com o último mês do ano anterior. Isso fez com que o spread dos frigoríficos no mercado interno permanecesse em torno de 4%, um valor significativamente maior do que em anos anteriores, quando o preço do gado estava mais valorizado em relação à carne. No entanto, entre as proteínas animais no atacado, apenas a carcaça bovina se manteve estável em janeiro, enquanto aves, suínos e ovos apresentaram acomodação nos preços.

No que diz respeito às exportações, janeiro se destacou como um mês forte em termos de volume, podendo representar o melhor janeiro já registrado, com um aumento de 4,9% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar disso, o preço médio da carne exportada continuou em queda, resultando em uma diminuição no spread das exportações.

Com a volta das chuvas às principais regiões pecuárias e a melhoria das pastagens, espera-se que a oferta de gado terminado evolua positivamente a partir de fevereiro. Além disso, o retorno das aulas e o carnaval devem impulsionar a demanda doméstica, facilitando a absorção do possível aumento na produção, assim como impulsionando as exportações, que seguem fortes.

Com base nessas análises, um desconto tem sido observado entre os contratos futuros do boi de janeiro para fevereiro, indicando um mercado potencialmente mais abastecido. No entanto, prevê-se um crescimento nas entregas de gado terminado nos próximos meses, impulsionado pela recuperação das pastagens e pela maior oferta sazonal de fêmeas de descarte em fevereiro e março.

As previsões do USDA apontam para uma redução nas importações chinesas de carne bovina em 2024, embora ainda em níveis consideráveis, o que continuará beneficiando a exportação da produção brasileira. Por outro lado, os EUA devem aumentar suas importações, ao mesmo tempo em que a produção de carne bovina deve diminuir, fortalecendo a demanda por importações.