Pesquisa da Embrapa e Fundecitrus revela importante papel das aves e mamíferos na captação de carbono pela produção agrícola
O cinturão citrícola brasileiro, que engloba São Paulo e parte de Minas Gerais, é lar de 314 espécies de animais silvestres vertebrados, sendo 268 aves e o restante mamíferos, como iraras e onças-pardas. A pesquisa, realizada pela Embrapa a pedido do Fundecitrus, também revelou a existência de 36 milhões de toneladas de carbono "presas" nas laranjeiras e áreas de vegetação nativa.
O presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Mônaco, destacou que este cenário prova que é possível a convivência entre sistemas agrícolas e a natureza de forma sustentável. O estudo da fauna, selecionado pelo Fundo de Inovação para Agricultores da empresa britânica Innocent Drinks, visa promover iniciativas de agricultura de baixo carbono e preservação da biodiversidade.
José Roberto Miranda, pesquisador da Embrapa responsável pelo estudo, ressaltou que os pomares de frutas são um ambiente rico em alimentos, que não causa impacto no solo e serve como habitat para diversas espécies. A pesquisa, realizada em cinco fazendas, visa acompanhar a possibilidade de mudanças nas espécies ao longo do tempo e analisar a interação da fauna com a flora e a cadeia alimentar local.
Além de enfatizar a importância de abrigar a fauna silvestre, o cinturão citrícola também armazena 36 milhões de toneladas de carbono. Por meio de levantamentos e medições em laranjeiras, os pesquisadores calcularam que há um acúmulo significativo de carbono nas árvores, representando 47% do carbono armazenado na biomassa de cada laranjeira.
Em média, cada laranjeira do cinturão citrícola contém 50 quilos de carbono, totalizando aproximadamente 8,2 milhões de toneladas de carbono apenas nos pomares. Os dados robustos obtidos nesta pesquisa são essenciais para compreender a relevância da preservação da biodiversidade e da capacidade de armazenamento de carbono neste importante território.