"Interferência do bloqueio atmosférico e nova frente de instabilidade alteram as condições climáticas"
Nesta sexta-feira (10.05), um novo pulso de instabilidades deve surgir no sul do país, trazendo uma nova rodada de chuvas intensas sobre o estado gaúcho. Paralelamente, o bloqueio atmosférico no Brasil central segue com força total, impedindo o avanço das instabilidades e a formação das nuvens carregadas.
Essa condição é de atenção para ambas as regiões: áreas do Brasil central estão há mais de 20 dias sem chuvas, enquanto o excesso de precipitações no sul do país tem impactado severamente o Rio Grande do Sul, com novos alertas de elevação no nível dos rios.
Por outro lado, áreas da faixa norte seguem registrando as chuvas associadas às instabilidades tropicais, mantendo a possibilidade de chuvas intensas entre o norte do Amazonas até o norte do Piauí.
Já na costa leste do Brasil, os ventos úmidos do oceano devem favorecer a formação de nuvens carregadas entre Espírito Santo e SEALBA.
Veja o mapa de previsão e o texto por região
Região Norte
As instabilidades tropicais devem se concentrar na faixa norte da região, como ao norte do Amazonas, Roraima, norte do Pará e Amapá. Já na metade sul da região, a influência do bloqueio atmosférico que atua no Brasil central impede a formação de nuvens carregadas em áreas de Rondônia, sudeste do Amazonas, sul do Pará e praticamente todo o estado do Tocantins. Com a maior presença das chuvas na faixa norte, as temperaturas devem ser amenas, enquanto que na metade sul, o calor segue forte, acima da média para o período.
Região Nordeste
As chuvas na região Nordeste estão alinhadas com as perspectivas para a época do ano. Algumas instabilidades ainda ocorrem na faixa norte, em função da ZCIT e pancadas surgindo na faixa leste em decorrência das instabilidades conhecidas como "ondas de leste". Contudo, o interior e nordeste do Nordeste seguem com uma condição de tempo mais seco. Os maiores acumulados de precipitação devem ocorrer sobre o norte do Maranhão, com possibilidade de até 40 mm no decorrer do período. Já em áreas do Recôncavo Baiano devem registrar até 15 mm ao longo desta sexta-feira. O começo do dia deve ter temperaturas amenas, na casa dos 14 a 16°C nos pontos de maior altitude no centro do estado Baiano, mas logo com as primeiras horas do sol, os termômetros devem subir rapidamente.
Região Centro-Oeste
As condições de tempo seguem com o predomínio do Sol, temperaturas elevadas e baixíssimos índices de umidade na região. Essa condição vem comprometendo o potencial produtivo das culturas de segunda safra na região, com destaque para o milho safrinha, assim como o estabelecimento inicial do trigo. As temperaturas devem superar a marca dos 35°C especialmente na região do Pantanal e os índices de umidade podem ficar abaixo dos 20% em áreas do centro e norte do Mato Grosso do Sul, sul de Mato Grosso e sul de Goiás. Geralmente, os menores índices de umidade ocorrem simultaneamente com as temperaturas mais elevadas do dia.
Região Sudeste
O bloqueio atmosférico segue atuando na região, impedindo o avanço de instabilidades, inibindo a formação das nuvens carregadas, além de manter os índices de umidade abaixo dos 30% em áreas do noroeste Paulista e Triângulo Mineiro. No entanto, os ventos oceânicos podem trazer umidade suficiente para a formação das nuvens carregadas, com possibilidade de pancadas isoladas e passageiras sobre o Espírito Santo e Nordeste de Minas Gerais, assim como no litoral sul de São Paulo. No entanto, os volumes esperados são inferiores a 5 mm no decorrer do dia, o que não resolve a situação hídrica da região, sobretudo nas áreas do interior.
Região Sul
Um novo pulso de instabilidades deve surgir sobre o Rio Grande do Sul entre a tarde e noite desta sexta-feira. Essas instabilidades podem ser na forma de temporais localmente fortes, com acumulados acima dos 50 mm no decorrer do período. Essas chuvas, além de intensas, devem ocorrer em solos saturados de umidade. De forma imediata, o nível dos rios deve apresentar uma nova tendência de elevação, após alguns dias de declínio na altura das águas. Essas chuvas ocorreram juntamente com temperaturas mais amenas, devido à atuação de uma massa de ar frio sobre o estado. Algumas áreas do sul de Santa Catarina também devem registrar instabilidades, mas de maneira mais fraca e pontual. Já na metade norte da região, as condições seguem com o predomínio de tempo firme, quente e seco, com destaque para o norte do Paraná.