Flor específica cultivada para chás difere da espécie comum em jardins
Classificada como Planta Alimentar Não Convencional (PANC), a flor de hibisco tem se destacado nos últimos tempos por sua riqueza nutricional, contendo antioxidantes, anti-inflamatórios e diuréticos, entre outros compostos. O modo mais comum de consumo é através do chá feito com o cálice da flor, que não só proporciona diversos benefícios para o corpo, mas também é apreciado pelo seu sabor e aroma.
É importante ressaltar que o hibisco comestível pertence à espécie Hibiscus sabdariffa, também conhecido como vinagreira no Brasil. Já o hibisco ornamental, que é a flor símbolo do Havaí nos EUA e é usado em jardins, pertence à variedade Hibiscus rosa-sinensis e não é adequado para consumo humano.
A Embrapa Hortaliças está estudando as propriedades da vinagreira no âmbito do projeto "Avaliação agronômica, caracterização nutricional e estudo da vida útil das hortaliças não convencionais". A pesquisadora da Embrapa Lenita Lima Haber explica que o intuito é disseminar informações sobre essas plantas, incentivando a produção, o consumo e a comercialização.
Os hibiscos comestíveis, ou vinagreiras, possuem folhas verdes com nervuras roxas e flores de cores variadas, como amarelo ou roxo. Os cálices das flores são utilizados para produzir chás, refrescos e geleias.
As flores são únicas, surgem nas axilas das folhas, possuindo cálice carnudo roxo e corola amarela com centro roxo, que darão origem aos frutos em forma de cápsula. De acordo com a Embrapa, é possível extrair óleo das sementes, que também podem ser consumidas torradas.
Para aproveitar os cálices frescos ou secos, os pesquisadores recomendam aguardar o pleno desenvolvimento da planta até a fase reprodutiva e de florescimento, o que ocorre geralmente após 150 dias.
O consumo da vinagreira é indicado pela Anvisa apenas como alimento, podendo ser consumida em forma de chá ou in natura, sem propriedades medicinais ou terapêuticas atribuídas.
Estudos recentes conduzidos pela Embrapa Hortaliças destacam que os cálices são ricos em antocianinas, um tipo de antioxidante derivado de pigmentos naturais que conferem uma coloração avermelhada aos produtos.