O mercado de bioinsumos movimentou R$ 1,7 bilhão na temporada 2020/2021, conforme o recém-divulgado BIP (Business Intelligence Panel) da Spark Inteligência Estratégica. Esse valor representa um crescimento impressionante de 37% em comparação ao ciclo 2019-20, quando atingiu R$ 1,235 bilhão.

De acordo com a pesquisa da Spark, os pesticidas biológicos e bioinoculantes juntos representaram 3% das vendas totais do setor de defesa vegetal. Em dólares, o mercado como um todo alcançou a movimentação de R$ 53,83 bilhões, um aumento de 16% em relação aos R$ 46,559 bilhões da temporada anterior.

Os bionematicidas foram os líderes de vendas entre os biopesticidas, com uma participação de 43% (R$ 724 milhões), seguidos pelos bioinseticidas com 25% (R$ 417 milhões) e pelos biofungicidas com 9% (R$ 159 milhões). O total de transações desses produtos específicos para controle de doenças e pragas atingiu R$ 1,3 bilhão, um aumento de 37% em relação à safra 2019-20 (R$ 948 milhões).

Os bioinoculantes movimentaram R$ 393 milhões, representando 23% do mercado de biológicos, e também registraram um aumento de 37% nas vendas em comparação com a safra anterior (R$ 287 milhões).

Lucas Alves, coordenador de projetos da Spark, destaca que os bioinoculantes não são considerados defensivos agrícolas, pois têm o objetivo de auxiliar no desenvolvimento das plantas.

Em relação à aplicação por cultura e área cultivada, os biodefensivos foram aplicados em 21% das lavouras de soja, 50% da cana-de-açúcar, 67% do algodão e 13% do milho safrinha, entre outras culturas avaliadas.

A adesão dos produtores aos biodefensivos aumentou significativamente em algumas culturas, como no milho safrinha (de 5% para 13%) e no algodão (de 28% para 67%). A consolidação dos produtos biológicos como importantes ferramentas de manejo nas principais culturas agrícolas mostra um enorme potencial de crescimento para essas tecnologias, conforme apontado pela análise da Spark.

André Dias, sócio-diretor da Spark, ressalta a integração bem estabelecida dos bioinsumos no manejo dos produtores, com uma oferta crescente de novas tecnologias a cada safra. A necessidade de utilizar defensivos agrícolas com diferentes modos de ação, tanto químicos quanto biológicos, para combater a resistência de fungos e pragas a determinados ingredientes ativos, favorece o aumento da participação dos bioinsumos, completa Dias.