A produção de cebola no Brasil: 13º lugar mundial
Foi anunciado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que a cultura da cebola (Allium cepa L.) foi oficialmente incluída no Programa Nacional de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) por meio de uma portaria divulgada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (09). Essa inclusão permite aos produtores planejarem suas atividades de forma mais segura e produtiva em todo o Brasil, delimitando áreas e épocas de baixo risco climático para o cultivo.
Segundo Marcos Braga, pesquisador da Embrapa Hortaliças, o objetivo é oferecer aos produtores informações precisas sobre os riscos agroclimáticos, visando reduzir perdas e aumentar os rendimentos. Os estudos por trás dessa iniciativa foram conduzidos pela Embrapa Hortaliças, com apoio do Ministério da Agricultura.
Os resultados do Zarc para a cebola contemplam todas as regiões produtoras do país, abrangendo plantios de verão e inverno, tanto em cultivos de sequeiro quanto irrigados. As cultivares foram classificadas em sete grupos conforme seus ciclos médios de produção, levando em consideração a diversidade de cultivares e ciclos de plantio.
Ao seguirem as recomendações do Zarc, os agricultores podem reduzir os riscos climáticos e serem elegíveis para benefícios como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e o Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Ressalta-se que muitos agentes financeiros liberam crédito rural apenas para cultivos em áreas zoneadas, destacando a importância do Zarc para os produtores, inclusive para os que participam de programas específicos de apoio.
A cebola é uma hortaliça amplamente cultivada no mundo e tem papel essencial na culinária brasileira, com produção concentrada principalmente na região Sul e nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Pernambuco. O Brasil ocupa a 13ª posição mundial na produção de cebola, com cerca de 1,6 milhão de toneladas anuais, e devido à diversidade climática do país, é possível cultivá-la ao longo do ano, abastecendo principalmente o mercado interno.
Por ser sensível às condições climáticas, é fundamental que os produtores escolham cultivares adequadas para cada região e época do ano, seguindo orientações técnicas especializadas. Com o Zoneamento de Risco Climático, os produtores terão critérios precisos de avaliação de risco, considerando fatores como disponibilidade hídrica, fotoperíodo e temperaturas extremas, o que garante uma produção mais estável e sustentável ao longo do tempo.