Recentemente, uma pesquisa conduzida pela Embrapa Cerrados em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) apontou que os plantios de eucalipto podem ser eficazes na absorção e armazenamento de grandes quantidades de carbono, tanto na parte aérea quanto no solo, em áreas de Cerrado nativo. Esse achado tem grande relevância na redução dos gases de efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2).

Os resultados indicaram um significativo acúmulo de carbono em plantações de eucalipto, ultrapassando 183,99 toneladas por hectare, sendo mais expressivo no solo. Dessa forma, a presença dessa espécie poderia contribuir com a fixação de aproximadamente 674,17 toneladas por hectare de CO2, conforme divulgado pela Embrapa.

É importante ressaltar que árvores, sejam naturais ou cultivadas, possuem um papel fundamental como sumidouros de carbono, capturando-o por meio da fotossíntese e armazenando-o na biomassa acima do solo, nas raízes e através da decomposição de resíduos no solo. Estudos anteriores demonstram que as florestas não apenas participam do ciclo do carbono, mas também ajudam a diminuir o aquecimento global ao reduzir a emissão de gases como óxido nitroso (N2O), metano (CH4) e CO2.

De acordo com o Relatório Anual 2022 da Indústria Brasileira de Árvores, o Brasil conta com cerca de 10 milhões de hectares de florestas plantadas, sendo a maioria destinada ao eucalipto para diversos fins comerciais. Entre os usos mais comuns estão a produção de carvão, papel, celulose, além de aplicações na construção civil, fabricação de móveis e postes de eletrificação.

O estudo, conduzido na zona rural do Paranoá (DF), analisou a quantidade de carbono e biomassa em diferentes estágios de plantio de eucalipto, comparando com uma área de vegetação nativa de Cerrado. Os resultados apontaram que o carbono e a biomassa aumentaram conforme as árvores envelheciam, sendo a madeira um fator significativo na acumulação de carbono na parte aérea.

Essa pesquisa foi crucial ao estimar a quantidade de carbono armazenada pelos diversos compartimentos dos plantios de eucalipto, incluindo raízes e detritos na parte subterrânea. Os achados fornecem informações valiosas sobre o potencial dessas plantações na luta contra as mudanças climáticas e na promoção da sustentabilidade ambiental.

Os responsáveis pelo estudo são Fabiana Piontekowski Ribeiro, Alcides Gatto, Alexsandra Duarte de Oliveira, Karina Pulrolnik, Marco Bruno Xavier Valadão, Juliana Baldan Costa Neves Araújo, Arminda Moreira de Carvalho e Eloisa Aparecida Belleza Ferreira.