Monitoramento de 32 bovinos de corte em sistema integrado em 18 hectares
A Internet das Coisas (IoT) está sendo cada vez mais utilizada na Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Colares inteligentes e balanças de passagem serão combinados para monitorar diversos indicadores ligados à produtividade, ao meio ambiente e ao bem-estar dos animais.
Isso resultará no desenvolvimento de tecnologias baseadas em modelos de Inteligência Artificial (IA) criados pela Embrapa, que utilizarão os dados coletados pelos sensores e pela rede IoT para auxiliar os produtores na tomada de decisões. Em uma parceria com a Huawei e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), serão desenvolvidas aplicações tecnológicas para melhorar a gestão e a produção nos sistemas de integração.
As empresas parceiras ficarão encarregadas de implementar a infraestrutura de conectividade, sensores de IoT e plataforma computacional, além de apoiar o desenvolvimento das soluções. A pesquisa terá a duração de 12 meses, com término previsto para abril de 2022, e um investimento de R$ 1,2 milhão.
Dois centros de pesquisa da Embrapa participam diretamente dos estudos. O centro de Informática Agropecuária em São Paulo coordenará os trabalhos para desenvolver algoritmos de IA que darão suporte às aplicações relacionadas à predição de produtividade e bem-estar animal. As tecnologias serão aplicadas no campo experimental da Embrapa Gado de Corte em Campo Grande, onde são realizadas pesquisas em ILPF para coletar dados de microclima e monitorar os animais.
A pesquisa de campo inclui três aspectos: as variáveis fisiológicas e comportamentais dos animais, o microclima e o ganho de peso. Os parâmetros de bem-estar animal e conforto térmico permitirão ao produtor identificar o nível de estresse dos animais e sua influência na produtividade.
Todas essas informações, combinadas com a rede IoT e a IA, permitirão antecipar o ganho de produtividade dos animais e verificar se as práticas de produção estão alinhadas às normas. Isso também será crucial para a certificação dos produtores, como o selo Carne Carbono Neutro (CNC) ou Carne de Baixo Carbono (CBC).
Na área experimental de ILPF de 18 hectares, 32 bovinos de corte em três sistemas serão monitorados para coletar dados fisiológicos, comportamentais e de microclima de forma automática. Serão analisadas diversas variáveis, como temperatura cutânea, frequência cardíaca e respiratória, além do tempo estimado para o abate.
O objetivo é coletar uma ampla gama de dados para fornecer alertas aos pecuaristas por meio de aplicativos móveis ou plataformas web, auxiliando-os nas decisões econômicas e ambientais. Os estudos indicarão a necessidade de desenvolver e automatizar outras ferramentas para aprimorar as aplicações no futuro.