Nova técnica de avaliação do carbono no solo revoluciona estudos ambientais

Novo método é utilizado para detectar matéria orgânica em sistemas integrados

Nova técnica de avaliação do carbono no solo revoluciona estudos ambientais

Pesquisadores da Embrapa em São Carlos (SP) utilizaram a técnica fotônica Espectroscopia de Fluorescência Induzida por Laser (LIFS) pela primeira vez para detectar o grau de formação de húmus da matéria orgânica do solo em sistemas integrados de produção. Essa aplicação, realizada em sistemas como a integração-lavoura-pecuária-floresta (ILPF), possibilitou avaliar com precisão e rapidez o grau de estabilidade química do carbono retido no solo.

O estudo constatou que o índice de humificação da matéria orgânica do solo é 36% maior em camadas mais profundas do solo no sistema ILPF do que em áreas de floresta nativa. O aumento do estoque de matéria orgânica e da biomassa das árvores nesse sistema integrado resulta em um maior sequestro de carbono, tornando-o uma prática sustentável e eficaz na descarbonização da agricultura brasileira.

A técnica LIFS é vantajosa por dispensar extrações químicas, sendo necessário apenas preparar uma pastilha e realizar a medição. Essa abordagem se destaca como uma ferramenta ambientalmente sustentável, pois permite avaliar a qualidade e estabilidade da matéria orgânica com mais facilidade e agilidade que os métodos convencionais.

A matéria orgânica do solo, composta por resíduos vegetais e animais ricos em carbono, passa por diferentes estágios de decomposição, sendo o húmus o estágio mais estável e benéfico para o solo. O estudo completo está disponível no volume 211 da revista científica americana Soil & Tillage Research. A projeção da WayCarbon em parceria com o ICC Brasil aponta que o Brasil poderá gerar entre 493 milhões e 100 bilhões de dólares em créditos de carbono até 2030.