Auditores fiscais federais agropecuários apreenderam uma carga de 52 mil quilos de farinha de trigo da Argentina destinada ao Brasil no Porto Seco Multilog, em Foz do Iguaçu, Paraná, em 3 de abril. O produto estava contaminado com urina de rato e insetos. A quantidade retida seria suficiente para produzir um milhão de pães franceses.

Marcelo Tursi, auditor agropecuário, ressaltou que se cada pessoa consumisse um pão feito com essa farinha contaminada, poderia resultar em um milhão de pessoas doentes. Durante a inspeção detalhada, foram encontradas embalagens de cerca de mil quilos armazenadas em duas carretas, contendo 10,4 mil pacotes de 5kg de farinha de trigo prontos para venda em supermercados.

Tursi explicou que a fiscalização é realizada em 100% das cargas agrícolas que entram ou saem do porto diariamente, com coleta de amostras, análise laboratorial, verificação física e minuciosa da carga. Ele também destacou a frequente apreensão de cargas de baixa qualidade, muitas vezes por presença de insetos, mas ressaltou a gravidade desse caso em particular.

A farinha de trigo, provavelmente destinada a indústrias e padarias do Paraná, estaria disponível ao consumidor após embalada. Após a apreensão, os insetos encontrados são enviados para laboratório para identificação da espécie. Caso representem risco para a agricultura brasileira, a carga é devolvida ao país de origem. Nesse caso, a mercadoria será devolvida à Argentina, e o exportador poderá optar por sua destruição. O controle é tão rigoroso que a presença mínima de pelo de rato desqualifica todo o lote para consumo.