Na atual temporada de cultivo de algodão no Brasil, houve um aumento significativo na população do bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), uma praga conhecida por causar danos devastadores nas lavouras, podendo dizimar até 90% da plantação. Especialmente no estado do Mato Grosso, foi registrado um crescimento superior a 500% na população deste inseto, gerando preocupação entre os cotonicultores.

Segundo Fábio Lemos, gerente de culturas da FMC, o aumento da população do bicudo-do-algodoeiro resultou da combinação de grupos tardios da safra anterior com novos grupos que se reproduziram nas plantações de soja. Esse fenômeno tem contribuído para a alta infestação observada nesta temporada, o que é agravado pelo aumento de 13% na área de cultivo de algodão no Brasil. Frente a essa situação, os produtores têm recorrido ao uso de inseticidas para tentar mitigar os danos causados por essa praga.

Os dados do monitoramento diário do bicudo-do-algodoeiro, obtidos pela plataforma Arc™ farm intelligence da FMC, revelaram um aumento significativo da pressão da praga no Mato Grosso e no oeste baiano a partir de junho de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Isso ressalta a importância de intensificar os esforços no manejo da praga ao longo de todo o ciclo da cultura do algodão, de forma a enfrentar esse desafio significativo para o setor cotonicultor.