Eleições do Parlamento estão previstas para acontecer esse ano.
A paisagem agrícola europeia está agitada, com agricultores demonstrando insatisfação por meio de demissões e protestos que ecoam por todo o continente. Essa crescente revolta não apenas ameaça mudar a produção de alimentos na Europa, mas também lança dúvidas sobre os objetivos climáticos e a coesão política do bloco.
À medida que as eleições para o Parlamento Europeu se aproximam em junho, a agitação nas fazendas está moldando o cenário político, minando a unidade europeia e fortalecendo os grupos de extrema-direita. Os agricultores, que enfrentam desafios significativos, são o centro desse cenário turbulento, com bloqueios de estradas e protestos sendo ouvidos nas capitais europeias.
As exigências da UE por redução no uso de pesticidas e fertilizantes, aliadas à importação de produtos agrícolas mais baratos da Ucrânia, estão aumentando as preocupações dos agricultores com a competição desleal e os custos em crescimento. Enquanto isso, os cortes nos subsídios agrícolas estão pressionando os produtores a adotar práticas mais sustentáveis.
Na Alemanha, agricultores atacaram eventos do Partido Verde, enquanto na Espanha produtos importados foram destruídos em sinal de protesto contra a concorrência desleal. Os agricultores poloneses também estão expressando indignação contra a concorrência vinda da Ucrânia.
Na França, principal país no setor agrícola europeu, a insatisfação atingiu níveis críticos. Durante a visita do presidente Macron à Feira Agrícola de Paris, os agricultores manifestaram sua raiva, destacando os desafios regulatórios que enfrentam diariamente.
Às vésperas das eleições, os partidos de extrema-direita estão aproveitando essa insatisfação, retratando-a como um confronto entre elites urbanas e agricultores locais, entre tradições nacionais e globalização. A Política Agrícola Comum (PAC) tem sido a espinha dorsal da Europa unificada por mais de seis décadas. No entanto, a insatisfação dos agricultores representa um desafio a essa coesão.
Enquanto isso, os governos estão lidando com a crise agrícola na Europa postergando regulamentações ambientais e cancelando aumentos de impostos sobre o diesel para veículos agrícolas na França. O país também bloqueou um acordo com o Mercosul, criticado pelos agricultores pela competição desleal. Segundo o The New York Times, futuras ações poderão influenciar uma nova abordagem para o setor agrícola.