O abate frequente de vacas e novilhas em Mato Grosso está gerando uma preocupante diminuição no contingente de fêmeas em idade reprodutiva, o que pode acarretar graves consequências na disponibilidade de bezerros a longo prazo. Conforme dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), o rebanho bovino de Mato Grosso alcançou 34,10 milhões de animais em 2023, conforme relatado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

A constante redução no número de matrizes disponíveis, considerando as fêmeas em idade reprodutiva (acima de 24 meses), resultou em uma diminuição de 6,05%. Nesse sentido, a proporção de fêmeas em idade reprodutiva em relação ao total de fêmeas no rebanho atingiu o menor índice já registrado, ficando em 62,88% em 2023.

Ademais, um outro indicador que denota a desmotivação dos criadores é a queda nos protocolos de inseminação artificial. Conforme a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), a venda de doses de sêmen destinadas à pecuária de corte em 2023 registrou uma diminuição de 5,40% em relação a 2022, marcando o segundo ano consecutivo de declínio.

Diante do caráter de longo prazo da atividade pecuária, a redução no número de matrizes disponíveis pode ter um impacto expressivo na oferta de bezerros desmamados a partir do próximo ano. Tal cenário suscita preocupações acerca da sustentabilidade e viabilidade do setor pecuário em Mato Grosso nos próximos anos.