Cientistas identificam nova espécie de sarna da batata

A comprovação da patogenicidade da nova espécie através de testes moleculares, in vitro e in vivo

Cientistas identificam nova espécie de sarna da batata

Foi descoberta uma nova espécie de bactéria causadora de sarna da batata por uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Bacteriologia Vegetal do Centro Avançado de Pesquisa em Proteção de Plantas e Saúde Animal (CAPSA), vinculado ao Instituto Biológico. Liderados por Suzete Ap. Lanza Destéfano, Lucas Vitor e Daniele B. A. Corrêa, o estudo revelou detalhes importantes sobre a doença que afeta as plantações de batata em todo o Brasil.

A sarna da batata é uma doença complexa que tem impacto na produção de batatas em diversas regiões do país, segundo artigo publicado na Associação Brasileira da Batata. As bactérias do gênero Streptomyces são responsáveis por desencadear essa doença, que se manifesta principalmente nas partes subterrâneas das plantas, especialmente nos tubérculos.

Após uma análise minuciosa, foram identificadas seis Dissertações de Mestrado e uma Tese de Doutorado que evidenciaram a existência de possíveis novas espécies de Streptomyces associadas à sarna da batata. A primeira delas, oficialmente descrita como Streptomyces brasiliscabiei, apresenta diferenças genéticas significativas em relação à espécie amplamente distribuída, S. scabiei, representando um avanço importante na compreensão da doença.

Estudos taxonômicos revelaram características morfológicas distintas, como coloração de esporos marrom-acinzentada, micélio aéreo com hifas em forma espiral, além de uma cadeia de esporos com superfície lisa. Análises bioquímicas indicaram a capacidade de crescimento em uma ampla faixa de condições ambientais.

A patogenicidade da nova espécie foi confirmada por meio de testes moleculares, in vitro e in vivo, demonstrando a capacidade do Streptomyces brasiliscabiei de causar sintomas da sarna da batata em laboratório e em condições de campo.

A linhagem Tipo de S. brasiliscabiei foi depositada em diversas Coleções de Culturas, visando facilitar futuras pesquisas e estudos sobre a doença. O trabalho completo dos pesquisadores está disponível para acesso aqui.