De acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária da semana de 5 a 11 de abril, elaborado pelo Deral da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a produção de tabaco no Paraná encerrou com 144,4 mil toneladas, o que representou uma redução de 16% em relação ao ciclo anterior. A expansão da área plantada em 4%, indo de 72 mil para 74,6 mil hectares, não foi suficiente para compensar a queda, atribuída principalmente à falta de luminosidade entre outubro e novembro e ao encharcamento das áreas, que levaram a perdas totais de lavouras e dificultaram o enraizamento das plantas, limitando seu crescimento. Essa situação resultou em produtividades abaixo de dois mil kg/ha, repetindo o cenário do ciclo 15/16, impactado por um El Niño intenso.

Apesar do aumento nos preços, com a média da arroba do fumo de estufa a R$ 295,18 em março de 2023 (12% superior aos R$ 263,83 de março de 2024), a previsão é de queda no Valor Bruto da Produção (VBP) do tabaco em 2024 em comparação com 2023, que foi um ano positivo para os produtores devido à maior produção e preços mais altos. Mesmo representando cerca de 1% do total das culturas no estado, municípios como São João do Triunfo, Rio Azul, Piên e Guamiranga dependem significativamente da renda gerada pelo tabaco, com perdas estimadas em aproximadamente R$ 700 milhões, impactando especialmente essas regiões.