Estabilidade nos preços do trigo na semana anterior
De acordo com análise da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), os preços do trigo no Brasil se mantiveram estáveis em relação à semana anterior. Os valores médios foram de R$ 62,20/saco no Rio Grande do Sul e R$ 66,00/saco no Paraná.
Atualmente, devido à situação do câmbio brasileiro e aos preços mais altos no mercado internacional, há chances do preço do trigo de qualidade superior permanecer firme ou até mesmo subir um pouco mais até setembro, apesar das oscilações. Após esse período, a perspectiva dependerá em grande parte da nova colheita do cereal, que começa em setembro no Paraná.
Inicialmente, no Paraná no começo da semana, os moinhos indicavam preços entre R$ 1.350,00 e R$ 1.400,00 por tonelada no CIF, enquanto no Rio Grande do Sul estava em torno de R$ 1.300,00 por tonelada no FOB. A paridade de importação em relação ao trigo argentino era de R$ 1.370,00 por tonelada no mercado paranaense e de R$ 1.357,00 por tonelada no mercado gaúcho. Porém, as ofertas para a nova safra gaúcha estavam em R$ 1.110,00 por tonelada no porto de Rio Grande/RS, com entrega em novembro e pagamento em dezembro, e a R$ 1.140,00 por tonelada com entrega e pagamento em dezembro e janeiro de 2025, respectivamente, sem interesse dos vendedores até o momento.
Após um aumento nas últimas quatro safras, a área de plantio de trigo no Brasil indica uma redução neste ano, segundo a Conab, com uma diminuição média de 4,7% na área plantada em comparação com a temporada anterior. O Sul lidera essa queda, com uma estimativa de recuo de 7%. No Paraná, o Deral prevê uma redução significativa de 19% na área destinada ao trigo, para 1,14 milhão de hectares. Apesar disso, a produção deve crescer 4% devido à maior produtividade, alcançando 3,8 milhões de toneladas no estado. Porém, as condições climáticas são uma grande incógnita, especialmente devido às chuvas intensas no Rio Grande do Sul, que podem atrapalhar o plantio do trigo e prejudicar o que já foi semeado, tornando as previsões climáticas futuras mais preocupantes ao lado dos baixos preços, fatores que explicam a redução da área de plantio para 2024.