Ministério da Agricultura se mobiliza para viabilizar a importação do produto
A indústria de embalagem de arroz planeja importar aproximadamente 75 mil toneladas do cereal da Tailândia para evitar especulações de preços em decorrência das enchentes no Rio Grande do Sul. De acordo com a diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva, as indústrias estão buscando essa importação devido à oferta restrita, problemas logísticos e preços elevados. O Brasil costuma importar arroz de países parceiros do Mercosul, como Paraguai e Uruguai, mas a Tailândia, sendo o segundo maior exportador mundial, não é uma fonte comum devido à distância.
A Abiarroz e o governo federal estão alinhados nessa questão, com o ministro da agricultura planejando propor uma medida provisória para permitir a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz diretamente pela Conab. O objetivo é evitar especulações e aumentos abusivos de preços, sem prejudicar os agricultores gaúchos. Enquanto isso, a maior indústria de arroz do Brasil, a Camil, assegura o abastecimento do mercado nacional, apesar das limitações logísticas.
Por outro lado, a Federarroz afirma que o Rio Grande do Sul tem condições de suprir a demanda nacional por arroz, mesmo com 17% das lavouras ainda para serem colhidas, principalmente nas áreas afetadas pelas enchentes. A perspectiva de produção do Estado foi reduzida de 7,4 milhões para 7 milhões de toneladas, mas ainda assim é maior do que as 6,9 milhões da safra anterior. Consultorias privadas alertam que as perdas podem chegar a 1 milhão de toneladas, impactando o mercado de arroz.