Conclusão da elaboração da medida provisória que autorizará a compra deve ocorrer nesta quinta-feira
A aquisição de até 1 milhão de toneladas de arroz beneficiado e empacotado de países vizinhos pelo Brasil, realizada pela Conab, pode exigir um orçamento adicional de cerca de R$ 4 bilhões, conforme apurado pela reportagem.
Esses recursos deverão ser disponibilizados por meio da abertura de um crédito extraordinário, que poderá ser incluído na mesma medida provisória que autorizará a compra do arroz pela estatal. A previsão é de que a redação do texto seja concluída ainda nesta quinta-feira (9/5).
A destinação dos R$ 4 bilhões ainda não foi definida e está sujeita a negociações com o Palácio do Planalto e a equipe econômica. De acordo com uma fonte, esse valor está alinhado com os preços do mercado de arroz importado, considerando os custos com porto e frete. Em abril, o arroz tipo 1 estava cotado em torno de R$ 230 por saca de 60 quilos.
A Conab planeja lançar editais para a compra de arroz importado de países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia, em ações semelhantes aos leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (Pep) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro), estabelecendo regras para comprovação da origem do produto.
O primeiro lote a ser adquirido será de 200 mil toneladas de arroz beneficiado e empacotado, visando a comercialização a preços mais acessíveis, de forma semelhante à Venda em Balcão, focando em regiões metropolitanas e periferias de cidades do Norte, Nordeste e Sudeste.
Enquanto isso, o setor produtivo nacional manifestou descontentamento com a decisão do governo de importar arroz. O Irga divulgou novas estimativas para a safra gaúcha, que deve se manter estável em relação ao ano passado, com uma colheita prevista de 7,1 milhões de toneladas mesmo após a destruição de 23 mil hectares pela chuva.
Embora o governo federal acredite que não haverá falta de arroz, a situação de calamidade no Rio Grande do Sul poderá gerar especulações no mercado e aumentar os preços para os consumidores. Existe também preocupação com o arroz já colhido e armazenado, parte do qual foi afetada pelas chuvas, dificultando o escoamento e o abastecimento nos centros de consumo.