O volume de ocorrências de mortalidade de abelhas atendidas pela fiscalização agropecuária no Rio Grande do Sul mais do que dobrou neste ano de 2020, em comparação com o ano anterior. Até o início de dezembro, foram registradas 48 ocorrências, enquanto em 2019 foram registradas apenas 23 casos.

Entre as 48 ocorrências, 14 aguardam o resultado das análises multiresíduos das amostras coletadas. Nas demais, foram identificados resíduos de agrotóxicos, sendo que em aproximadamente 25 amostras foi encontrado o fipronil, um inseticida utilizado em lavouras de soja. O fiscal estadual agropecuário Gustavo Diehl, responsável pelo Programa de Sanidade Apícola da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), mostrou-se preocupado com a situação, alertando que apicultores estão perdendo colmeias e a produção.

Para a fiscal estadual agropecuária Liese Vargas, diretora da Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro), a contaminação pode estar ocorrendo acidentalmente, quando as abelhas visitam as flores em busca de pólen, ou devido à aplicação inadequada de agrotóxicos. Ela ressaltou a importância das abelhas na polinização de diversas culturas agrícolas e alertou que, com a redução da população de abelhas, a produção pode ser comprometida a longo prazo.