Investimentos chineses impulsionam a agricultura brasileira

Projetos agrícolas se destacam pela sua rentabilidade apesar do baixo custo

Investimentos chineses impulsionam a agricultura brasileira

Dados do estudo “Investimentos Chineses no Brasil – Histórico, Tendências e Desafios Globais (2007-2020)”, realizado por Tulio Cariello, do CEBC (Conselho Empresarial Brasil-China), revelam que, nos últimos quinze anos, somente 3% dos investimentos da China no Brasil foram destinados ao agronegócio, totalizando US$ 1,98 bilhão. De acordo com a pesquisa, os setores que mais receberam aportes foram eletricidade, com 48%, e extração de petróleo, com 28%. Por outro lado, a agricultura, pecuária e serviços relacionados ficaram em terceiro lugar, com apenas 3% do total investido.

Apesar do baixo valor destinado ao setor agrícola, a crescente dependência econômica entre Brasil e China fez com que empresas como COFCO, Tide Group e LongPing High-Tech investissem nessa área, desde a comercialização de produtos agrícolas até a fabricação de insumos para a agroindústria. A presença chinesa no agronegócio brasileiro também se deu por meio da aquisição de grandes multinacionais, como a compra da suíça Syngenta pela estatal ChemChina, em 2017, por US$ 43 bilhões, a maior operação já realizada pela China no exterior.

Além disso, o estudo destaca que o estado do Mato Grosso foi um dos principais destinos dos investimentos chineses, atraindo 4,6% do total, principalmente em projetos relacionados à agricultura. A região Sul do Brasil também foi representativa nesse cenário, com a presença da COFCO em diversos empreendimentos no setor agrícola.

Os chineses também investiram em obras de infraestrutura, setor que possui ligações indiretas com o agronegócio. As estatais China Communications Construction Company (CCCC) e China Merchants Port foram responsáveis por parte dos aportes nesse segmento, como a aquisição do Terminal de Contêineres de Paranaguá (PR) pela China Merchants Port em 2018.