A Epamig está em fase de testes para adaptar uvas piwis, de origem italiana, no Sul de Minas Gerais, em parceria com a Vinícola Stella Valentino e apoio financeiro da Fapemig. O projeto recebeu um vinhedo experimental em outubro de 2021, fornecido pelo viveiro italiano Vivai Cooperativi Rauscedo, contendo híbridos de uvas tintas e brancas para avaliação, conforme informações da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

O termo "piwi" é uma abreviação alemã para "resistência a doenças" e no Brasil, essas variedades estão registradas no Ministério da Agricultura como Vitis vinífera. A pesquisadora da Epamig, Claudia Souza, explica que são híbridos europeus obtidos por retrocruzamentos e seleção assistida por marcadores moleculares, com mais de 85% de genes da espécie Vitis Vinifera, utilizada para vinhos finos.

Após a primeira colheita no final de 2023, foram produzidos vinhos brancos e tintos a partir de oito híbridos testados, com avaliação sensorial realizada em abril por um painel de 21 degustadores. Os vinhos obtiveram nota global superior a 70%.

Cláudia Souza destaca a produtividade das cultivares na primeira colheita, variando de 1kg a 3kg por planta, assim como o bom potencial produtivo e enológico observado nos vinhos experimentais. O estudo ainda está em andamento e será necessário avaliar mais uma safra de verão para conclusões mais robustas, conforme informações da Secretaria de Agricultura.

As variedades de uvas piwis estão passando por testes para a safra de verão, com colheita entre novembro e janeiro, diferenciando da metodologia de dupla poda da videira que é mais comum na produção de vinhos finos na região Sudeste e em outras partes do Brasil. Essa técnica consiste em realizar duas podas para colher as uvas no inverno, durante o período seco.