Desenvolvido por instituições brasileiras de pesquisa, o alho-semente livre de vírus revolucionou a produção de hortaliças no Brasil, resultando em um aumento de até 150% na cultura de algumas variedades. Atualmente, grandes produtores do Cerrado conseguem alcançar uma produção de até 25 toneladas por hectare, muito superior às 8 toneladas produzidas nos anos 1990. Na safra de 2021/22, o país produziu 220 mil toneladas de alho em uma área de 16 mil hectares, com uma média de 13.750 kg por hectare.

O progresso até chegar nessa tecnologia foi longo, com mais de 30 anos de pesquisa do programa da Embrapa em alho-semente livre de vírus. Inicialmente, a ênfase foi no aprimoramento do protocolo de limpeza, identificação das viroses, desenvolvimento de protocolos de indexação e avaliação do comportamento das plantas livres de vírus no campo, principalmente para estabelecer a durabilidade do alho-semente sem comprometer a qualidade fitossanitária e fisiológica.

Essa tecnologia traz benefícios significativos, sendo acessível e adotada tanto por grandes quanto por pequenos produtores. Estima-se que 30% do aumento de produtividade na produção de alho no Brasil seja resultado da adoção dessa tecnologia. Para os pequenos produtores, a diferença é ainda mais notável, com um aumento expressivo na produtividade após a utilização do alho-semente livre de vírus.

A chegada da tecnologia mudou a realidade da produção de alho no Brasil nos últimos 30 anos, proporcionando avanços significativos. Essa mudança é fundamental para a busca da autossuficiência na produção de alho, apesar dos desafios que ainda precisam ser enfrentados, como a mecanização e o manejo fitossanitário adequado. O cuidado especial para garantir a sanidade das plantas, com telados apropriados e medidas de proteção, é indispensável para manter a qualidade do alho-semente.