Novos produtos financeiros são lançados para promover a adoção de práticas agrícolas sustentáveis
Recentemente, foram destinados US$ 240 milhões para investimentos na agricultura da região da Amazônia e do Cerrado por meio da Inovação Financeira para Amazônia, Cerrado e Chaco (IFACC). Desse montante, 98% foram direcionados ao Cerrado, que registrou um aumento de 43% no desmatamento em 2023, enquanto a Amazônia teve uma redução de 50%. O intuito é ampliar a produção de alimentos na região sem impactar negativamente o habitat, alinhando-se com metas de conservação e ambientais.
A Inovação Financeira para Amazônia, Cerrado e Chaco, lançada durante a COP26 em 2021, tem como propósito facilitar empréstimos e investimentos para o uso sustentável da terra, especialmente nas cadeias de suprimento de soja e gado. Com a participação de 16 signatários, incluindo empresas como Santander e Syngenta, foram criados 11 produtos financeiros para apoiar a transição para modelos agrícolas mais sustentáveis na região, como empréstimos para recuperação de áreas degradadas e suporte financeiro para preservação florestal.
Greg Fishbein, Diretor de Finanças Agrícolas da The Nature Conservancy, destaca que, da mesma forma como ocorreu com a energia renovável há alguns anos, o aumento dos investimentos na transição agrícola exigirá um suporte inicial crucial por parte de empresas da cadeia de valor, bancos de desenvolvimento e governos. Um investimento de US$ 2 bilhões em capital catalisador flexível até 2030 seria fundamental para impulsionar a transição necessária na Amazônia, no Cerrado e no Chaco.
De acordo com Danielle Carreira, Chefe de Engajamento do Setor Financeiro da Tropical Forest Alliance, os investimentos privados desempenham um papel fundamental em orientar a transição justa do setor agrícola. Com a crescente demanda global por alimentos, é essencial priorizar o financiamento de inovações para modelos produtivos que minimizem a perda de biodiversidade e protejam habitats naturais vitais, ao mesmo tempo que aumentam a produção. Essa abordagem proativa não apenas protege o meio ambiente, mas também está alinhada com a crescente demanda do mercado por produtos agrícolas sustentáveis.