Produtores rurais, governo, iniciativa privada e sociedade civil debateram ações para promover conectividade e rastreabilidade no campo durante uma conferência preparatória para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. A conectividade é essencial para o agronegócio, porém apenas 30% das propriedades rurais no Brasil têm acesso à internet, com regiões cruciais, como o Mato Grosso, apresentando apenas 15% de cobertura.

As propostas discutidas serão encaminhadas ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para a efetivação de políticas públicas visando o progresso do país. Na conferência, Cláudia Buzzette Calais, diretora-executiva da Fundação Bunge, ressaltou a importância da integração entre diferentes setores, como iniciativa privada, governo, academia e terceiro setor, para enfrentar os desafios relacionados à conectividade e rastreabilidade no campo.

Ela ressaltou a necessidade de colaboração em rede para avançar nessas áreas. Rossano de Angelis Junior, vice-presidente de agronegócio da Bunge no Brasil, destacou a relevância da conectividade e rastreabilidade para a Bunge, uma empresa líder global no processamento de sementes oleaginosas e na produção de óleos e gorduras vegetais especiais.

“Nossa estratégia está fundamentada na sustentabilidade, tecnologia e políticas de ESG. Contudo, nossa experiência mostra que não basta focar em projetos para grandes produtores rurais. É crucial desenvolver iniciativas direcionadas ao agricultor familiar, pequeno produtor e povos tradicionais. A Fundação Bunge nos apoia nesse sentido e promove o projeto Semêa, que representa essa abordagem”, afirmou.

O projeto Semêa, realizado em Canarana (MT), prioriza a agricultura de baixo carbono e práticas regenerativas para preservar solo, floresta e água, englobando agricultores familiares, grandes produtores rurais e indígenas. A conferência também incluiu debates sobre conectividade e tecnologias acessíveis, com a participação de Virgílio Almeida, Tiago Machado, Braian Souto e César Augusto Costa, abordando como a ciência e tecnologia podem contribuir para a rastreabilidade no setor produtivo.