A importação argentina está em ascensão
Os valores do trigo de qualidade superior se mantiveram estáveis ao longo da semana no Brasil. Na média gaúcha, o preço ficou em R$ 60,29 por saco, enquanto no Paraná houve oscilação entre R$ 63,00 e R$ 64,00 por saco, conforme os dados divulgados na análise semanal da CEEMA.
Como esperado, muitos moinhos brasileiros estão buscando trigo tipo 1, de qualidade superior, mas a oferta é limitada devido à safra passada. Por isso, a alternativa tem sido importar o cereal da Argentina, que apresenta preços competitivos e qualidade acima da média. Por exemplo, na semana de 11 a 15 de março, a importação de trigo argentino para o Paraná estava em US$ 229,55 por tonelada, equivalente a R$ 1.143,46 por tonelada, enquanto o trigo nacional, no Paraná, teve uma média maior de R$ 1.240,38 por tonelada. No Rio Grande do Sul, o trigo argentino chegou a R$ 1.068,34 por tonelada em moeda nacional, contra R$ 1.184,60 por tonelada do trigo local, de acordo com o Cepea/Esalq.
Por outro lado, um estudo da Embrapa mostrou que a cultivar BRS 404 pode ter um rendimento até 7 sacos a mais nos anos de pouca chuva no Brasil Central. Essa pesquisa comparou o rendimento da BRS 404 com outras variedades de trigo tropical entre 2019-2023, e a BRS 404 apresentou em média 12,4% a mais de rendimento, chegando a ser até 23% superior em alguns casos.
Por fim, a Conab projeta uma safra de trigo no Brasil em 2024 de cerca de 9,5 milhões de toneladas, caso o plantio em 3,26 milhões de hectares se confirme e o clima seja favorável. Destas, 57.000 toneladas serão no Nordeste, 411.000 toneladas no Centro-Oeste, 840.100 toneladas no Sudeste e 8,3 milhões no Sul do país, sendo que destes, 3,4 milhões serão no Paraná, 4,4 milhões no Rio Grande do Sul e 448.700 toneladas em Santa Catarina.