Diversos conceitos de suportes existem
No passado, os agricultores brasileiros eram beneficiados com diversos subsídios, especialmente em relação às taxas de juros do crédito agrícola. Contudo, de acordo com Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo e membro de instituições importantes no ramo da agricultura, essa prática ficou no passado, marcando uma mudança significativa no agronegócio do Brasil.
Na década de 1980, o Brasil direcionava 5,6% do orçamento federal para apoiar a agricultura, reduzindo para 2,2% em 2003. Enquanto isso, entre 2006 e 2015, a China aumentou seus subsídios agrícolas, os Estados Unidos se mantiveram estáveis, e países como União Europeia, Rússia e Canadá tiveram um leve declínio, ainda que em patamares elevados. Por outro lado, o Brasil diminuiu sua dependência de subsídios na receita dos produtores de 4,8% para 2,6%, evidenciando a crescente competitividade do agronegócio nacional, que tem gradualmente prescindido do apoio governamental.
A análise do Cepea revela que, em termos reais, entre 2000 e 2020, o Brasil reduziu em 77% o suporte total à agricultura, passando de US$ 19,34 bilhões para US$ 4,45 bilhões. Em contrapartida, a China aumentou em 468% o suporte total aos seus agricultores, enquanto os Estados Unidos, União Europeia, e outros tiveram variações diferentes nesse período.
O conceito de "Estimativa de Suporte aos Produtores" (PSE) diz respeito às transferências diretas para os agricultores por meio de políticas como suporte de preços, subsídios ao crédito e seguro rural. No Brasil, houve uma redução de 86% nesse tipo de aporte, passando de US$ 13,81 bilhões em 2000 para US$ 1,96 bilhão em 2020, representando uma queda em relação à receita bruta do agricultor. Comparativamente, em outros países como na União Europeia, OCDE, China, EUA e Rússia, as relações PSE/RBA apresentaram variações distintas.
Por fim, o governo brasileiro também diminuiu os gastos no "Estimativa de Suporte aos Serviços Gerais da Agropecuária" (GSSE), envolvendo transferências para o setor, como pesquisa, desenvolvimento, defesa agropecuária e infraestrutura, reduzindo de US$ 6,75 bilhões (2011) para US$ 1,75 bilhão em 2020, de acordo com o Cepea.