Queda média de 2% nos preços do arroz em todo o mundo

Expertos estão confiantes para recuperação econômica após eleições gerais na Índia

Queda média de 2% nos preços do arroz em todo o mundo

Em fevereiro, os preços internacionais do arroz tiveram uma queda média de 2%, com a exceção da Índia, onde os preços do arroz parboilizado permaneceram estáveis devido à alta demanda no mercado interno e africano. As maiores reduções foram registradas na Tailândia e no Vietnã, devido à intensa competição entre os exportadores. A redução também é resultado da diminuição da procura por importações, já que os importadores esperam novas quedas com a chegada da nova safra asiática de inverno-primavera. No entanto, a Índia mantém preços competitivos, apesar da taxa de 20% sobre as exportações de arroz, que foi prorrogada indefinidamente. A expectativa é de que as exportações de arroz branco não-basmati sejam liberadas no segundo semestre do ano, após as eleições gerais na Índia. Nos Estados Unidos, os preços subiram consideravelmente devido à demanda nos mercados regionais da América Central, em decorrência da diminuição das exportações dos países do Mercosul.

Prevê-se que os preços globais do arroz permaneçam sob pressão nos próximos meses, apesar da queda observada em fevereiro e da previsão de redução na demanda mundial, especialmente da China. Por outro lado, a Indonésia deve aumentar suas importações em 2024, tornando-se o segundo maior importador mundial, atrás apenas das Filipinas. Em fevereiro, o índice OSIRIZ/InfoRice (IPO) caiu 5 pontos, para 302,0 pontos, comparado a 307,0 pontos em janeiro. Já no início de março, o índice IPO continuava em queda, atingindo 297 pontos.

Produção mundial

Segundo a FAO, a produção mundial de arroz em 2023 teria aumentado apenas 0,4% em relação ao ano anterior, chegando a 792,5 Mt (526,2 Mt de arroz beneficiado), contra 789,0 Mt em 2022. No Paquistão, houve um aumento de 30% na produção em comparação com 2022, compensando parcialmente as quedas na Índia, Tailândia e China. Nos Estados Unidos, após uma safra desapontadora em 2022, a produção registrou um aumento de 37%, voltando aos níveis de 2021. Por outro lado, a produção no Mercosul diminuiu devido às más condições climáticas.

Comércio e estoques mundiais

O comércio global de arroz teria diminuído 6,2% em 2023, totalizando 52,8 Mt, em comparação com os 56,3 Mt anteriores. Essa redução é atribuída principalmente à queda nas importações chinesas, e ao aumento da produção em algumas regiões, como África, Oriente Médio e sul da Ásia. A proibição das exportações de arroz não-basmati pela Índia contribuiu para esse declínio no comércio mundial. Embora as exportações indianas tenham diminuído, Tailândia e Vietnã aumentaram significativamente suas vendas externas em 15% em 2023.

Prevê-se uma nova redução no comércio mundial de arroz em 2024, de 2,7%, totalizando 51,4 Mt. Os estoques mundiais de arroz em 2023 teriam diminuído ligeiramente, chegando a 196,3 Mt, representando 37% das necessidades globais. As reservas chinesas teriam diminuído para compensar a estagnação da produção e a redução das importações.

Apesar disso, a China ainda possui estoques abundantes, correspondendo a 70% do consumo interno anual e 50% dos estoques mundiais. Já na Índia, os estoques aumentaram 4%, em parte devido às restrições às exportações. Os estoques dos principais países exportadores atingiram 57,5 Mt em 2023, equivalentes a 30% dos estoques mundiais. Para 2024, a expectativa é que os estoques mundiais aumentem em 1,2%, alcançando cerca de 198,7 Mt.