Recentemente, a Grains Research & Development Corp. (GRDC), juntamente com a Universidade Nacional Australiana (ANU) e outros parceiros da indústria, anunciou um investimento de 1,9 milhão de dólares em pesquisa para acelerar o desenvolvimento de culturas resistentes ao clima. O investimento de três anos estará focado no aprimoramento da genética do trigo tolerante ao calor e na identificação dos fatores que possibilitam a sobrevivência, crescimento e alta produtividade do trigo em condições de altas temperaturas.

Segundo o professor Owen Atkin, diretor do Instituto de Inovação Agroalimentar da ANU, o aumento das temperaturas globais já está afetando a produção de colheitas em regiões cruciais para a produção de alimentos, tanto na Austrália quanto no exterior.

Atkin afirmou que o impacto das ondas de calor decorrente do aquecimento global tem prejudicado a produção de trigo, sendo que cada aumento de um grau na temperatura média global pode resultar em uma redução de 6% a 10% na produção de trigo. Essa situação é preocupante diante da necessidade crescente de aumentar a produtividade agrícola para atender a uma população global em constante crescimento.

Prameela Vanambathina, gerente de tecnologias genéticas do GRDC, destacou que, mesmo com avanços na produção de germoplasma de trigo mais resistente ao calor, ainda existem questões não resolvidas sobre a troca de carbono nas folhas que poderiam otimizar os resultados. Especificamente, esse processo envolve a fotossíntese (absorção de dióxido de carbono do ar e conversão em alimento através da luz solar) e a respiração (utilização desse alimento para o crescimento da planta, liberando dióxido de carbono para a atmosfera).

Vanambathina enfatizou que as altas temperaturas aceleram o ciclo de desenvolvimento do trigo, prejudicam a formação das flores, reduzem a eficiência da fotossíntese, comprometem o crescimento da planta e, consequentemente, diminuem a produtividade.