Os Fiagros estão passando por mudanças tributárias e regulatórias neste ano, principalmente relacionadas à sua regulação. A CVM começou um processo de consulta pública em 2023 para discutir uma norma específica para esses fundos, visando estabelecer parâmetros regulatórios definitivos. O Fiagro é um instrumento financeiro que capta recursos de investidores para investir em ativos do agronegócio, como propriedades rurais, atividades do setor e uma variedade de ativos da cadeia produtiva agroindustrial.

De acordo com Tiago Piassum, founder da Rivool Finance, e Cristiano Oliveira, professor associado da Universidade Federal do Rio Grande e head of research da Rivool Finance, algumas mudanças significativas em relação aos Fiagros podem ser previstas. Em primeiro lugar, será possível criar fundos multimercado, desde que mantenham exposição equilibrada nos três fatores de risco de investimento (imobiliário, direitos creditórios e participações), limitando cada um a um terço do patrimônio líquido.

Uma novidade importante é a autorização para que os fundos adquiram tanto Cédulas de Produto Rural (CPRs) financeiras quanto físicas, permitindo que o gestor receba mercadorias e até mesmo fomente a emissão de Certificados de Depósito Agropecuário/Warrant Agropecuário (CDA/WA) por armazéns gerais. Além disso, os Fiagros agora podem comprar créditos de carbono nos mercados compulsório e voluntário, incluindo CPRs Verdes para a recomposição de matas nativas por produtores rurais.

Acredita-se que o número de Fiagros e seu patrimônio continuarão crescendo em 2024 e nos próximos anos, devido ao seu potencial de mercado e ao fato de que ainda há muitos papéis capazes de oferecer retornos significativos com baixo risco, mesmo com seu patrimônio ainda distante dos Fundos Imobiliários.