Preços do trigo no Brasil se reerguem com influência do câmbio e geopolítica

Produtores retêm estoques de trigo de qualidade superior devido à escassez e expectativa de valorização dos preços

Preços do trigo no Brasil se reerguem com influência do câmbio e geopolítica

No Brasil, os preços do trigo tiveram uma leve melhora, de acordo com dados da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA). Os relatórios mais recentes indicam que o preço médio do trigo no Rio Grande do Sul atingiu R$ 60,72 por saco, enquanto nas principais praças permaneceu em R$ 60,00. No Paraná, houve um aumento de um real, elevando os preços médios para R$ 65,00 por saco.

A falta de trigo de qualidade superior está levando os produtores a segurar seus estoques, na esperança de um aumento nos preços, influenciados pelo atual cenário cambial e pelos conflitos no Oriente Médio. A desvalorização do Real nas últimas semanas tem encarecido o trigo importado, o que tem estimulado uma leve recuperação nos preços do mercado brasileiro.

Segundo os dados mais recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área total destinada ao cultivo de trigo no Brasil é de aproximadamente 3,3 milhões de hectares, redução de 4,7% em relação ao ano anterior. Contudo, espera-se um aumento de 26,1% na produtividade média, se as condições climáticas se mantiverem normais, o que poderia resultar em uma produção final de 9,72 milhões de toneladas, aumento significativo de 20,2% em comparação com a safra anterior.

Além disso, a indústria brasileira de biscoitos e massas está buscando ampliar seus mercados de exportação, conforme revelado pelo Projeto Setorial Abimapi, em parceria com a ApexBrasil. Os países-alvo nos próximos dois anos incluem África do Sul, Arábia Saudita, Chile, China, Colômbia, Estados Unidos, México, Peru e Portugal. A expectativa é que, com o projeto de promoção, as exportações dessas categorias cresçam cerca de US$ 10 milhões por ano, atingindo um total de US$ 477 milhões entre abril de 2024 e abril de 2026, envolvendo 95 empresas.