A influência da suberina exodérmica na resistência à falta de água
Para que as plantas consigam se adaptar e sobreviver às variações ambientais, é essencial que sejam flexíveis e ajustem sua resposta de acordo com as mudanças no clima e nas condições em que estão inseridas. Um exemplo desse mecanismo de adaptação é a produção de suberina pelas raízes das plantas para lidar com a seca, evitando a perda de água através da transpiração das folhas. Em algumas plantas, a suberina é produzida nas células endodérmicas dos vasos das raízes, enquanto em outras, como o tomate, as células exodérmicas desempenham esse papel. Um estudo recente revelou que a suberina exodérmica nos tomateiros tem a mesma função protetora que a suberina endodérmica em outras plantas, sendo essencial para a resistência ao estresse hídrico.
A descoberta dessa função da suberina exodérmica é uma ferramenta valiosa para auxiliar as plantas a enfrentar condições adversas, contribuindo para o desenvolvimento de defesas mais eficazes. A pesquisadora Siobhan Brady destaca que essa descoberta permite identificar e fortalecer as defesas das plantas durante condições difíceis, promovendo maior resistência. Experimentos realizados com tomateiros mutantes expostos à seca confirmaram a importância de duas enzimas, SIASFT e SlMYB92, na produção de suberina, mostrando que os tomateiros sem esses genes apresentaram menor capacidade de resistir ao estresse hídrico. Essas descobertas têm potencial para contribuir significativamente para o desenvolvimento de culturas mais resistentes à seca.